terça-feira, 25 de outubro de 2011

Marcos Wettreich, um empreendedor serial

Depois de fundar 15 companhias, empresário carioca se dedica ao Greenvana, um site de informações e vendas de produtos com baixo impacto ambiental

Durante uma viagem recente ao Alaska, na companhia dos dois filhos gêmeos, Marcos Wettreich deu um jeito de trabalhar sem que as crianças percebessem. "Foram nove horas por dia, enquanto eles dormiam ou se distraiam com algum jogo," conta o empresário, bem humorado. O episódio dá uma pista de como esse carioca, de 47 anos, conseguiu fundar 15 empresas, transformando boa parte delas em cases de sucesso nos setores de internet e comunicação.
Com um faro privilegiado para encontrar oportunidades de negócios onde a concorrência ainda não viu, Marcos está atualmente à frente do Greenvana, uma plataforma de informação e vendas pela internet de produtos de baixo impacto ambiental. Acostumado a criar empresas e depois vendê-las, ele diz que, desta vez, não vislumbra a possibilidade de se desfazer do negócio tão cedo. "Esse é um mercado enorme, ainda tenho muita coisa pra fazer no Greenvana." Em julho, o Banco Santander comprou uma participação minoritária na empresa, que atua em várias frentes. Uma delas é a loja virtual Greenstore, que vende de roupas a eletrônicos "verdes", como carregadores para celulares movidos a energia solar. 
A empresa, que nasceu com 15 funcionários em 2010, hoje já tem 60. "Tento impor o meu ritmo para a equipe, sou exigente," admite Wettreich. Sob o guarda-chuva da marca Greenvana, estão também a revista virtual Greenvana Style, o site de busca Greengle, a enciclopédia on-line Greenpédia e o prêmio GreenBest. O Greenforma, que vende produtos para a construção civil, é o maior projeto dessa investida. "Além de vender o cimento sustentável, o novo site vai oferecer tijolos que dependem menos do material, já que encaixam como peças de Lego. A ideia é oferecer insumos para construir edifícios comerciais e residenciais, da fundação ao acabamento, "explica o empresário, entusiasmado.
Será preciso esperar um pouco para ver se a bola de cristal de Wettreich funcionou novamente. Sua trajetória profissional é vertiginosa. Em 1990, ele criou a Mantel, uma bem-sucedida empresa de eventos do setor de tecnologia. Cinco anos depois, abriu a MantelMedia para publicar revistas especializadas que promovessem seus eventos. Dessa vez o negócio deu errado, e a editora afundou-se em dívidas. Paralelamente, Wettreich concebeu o iBest e, pouco depois, a MLab, uma consultoria de marketing online que acabou vendida por 36 milhões de dólares para a Neoris, controlada pelo grupo mexicano Cemex. Em 1999, o empresário conseguiu um aporte do GP Investimentos para o iBest e tentou levar o prêmio para o México e a Espanha, mas a expansão internacional fracassou. Depois que o iBest foi comprado pela Brasil Telecom, Wettreich criou o Nirvana, um spa urbano com duas unidades no Rio de Janeiro. Ainda teve tempo de escrever um livro, o Manual de Mães e Pais Separados, em que dá conselhos como "não é errado querer ser feliz" ou "culpar o outro é tão nocivo quanto culpar a si mesmo". Vendeu 10 000 cópias. A julgar pela história de Wettreich, não é preciso ter bola de cristal para prever que o WeShow logo será colocado à venda -- e que esse não deve ser o último projeto desse empreendedor serial.
Filho de uma arquiteta polonesa, Wettreich conta que perdeu o pai aos 5 anos. "Uma característica forte que eu tenho é não ter medo de tentar, de empreender. Quando eu era pequeno eu ficava muito sozinho, sem ninguém pra me impedir de fazer as coisas. Minha mãe trabalhava em três empregos. Isso sem dúvida molda muito a pessoa."

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