O mexicano chegou ao primeiro lugar na lista da Forbes em 2007, caindo para segundo lugar no ano seguinte e para terceiro em 2009. Em 2010 o dono da America Movil e, no Brasil, da Claro, volta a ocupar a posição de número 1 do ranking, com uma fortuna avaliada em US$ 74 bilhões, desbancando mais uma vez o fundador da Microsoft, Bill Gates e o mega-investidor Warren Buffett.
A fortuna de Slim representa cerca de 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do México, comparação que ele repudia, por sinal. Mas 25% desse patrimônio foi destinado a obras beneficentes por meio de suas fundações.
O pai, um comerciante libanês que chegou ao Novo Mundo no início do século 20, em meio à revolução mexicana teve bastante influência no sucesso nos negócios e na vida. Como o pai, Slim é um homem de família, que vive cercado por filhos e genros, na vida e nos negócios.
Como ele, também, é um negociante obstinado, herdeiro de uma tradição libanesa que vem dos fenícios, os primeiros vendedores internacionais do planeta. Diferentemente de outros bilionários recentes, Slim não é um homem moderno no sentido tecnológico ou cosmopolita da palavra. Formou-se na velha economia e seus ídolos empresariais são Warren Buffett – com quem aprendeu a comprar na baixa – e Jean Paul Getty, morto em 1976, colecionador de arte e magnata americano do petróleo.
Os mexicanos costumam dizer que é impossível viver um dia no país sem comprar algum produto ou usar algum dos serviços das empresas do Grupo Carso.
Aos 15 anos, Carlos Slim já tinha 44 ações do Banamex (Banco Nacional de México), mas a história da extraordinária acumulação de Slim começou em 1966, quando ele, com apenas 26 anos, já tinha o equivalente, na época, a US$ 400 mil, obtidos com investimentos na bolsa e suporte do patrimônio familiar.
Nas duas décadas seguintes, seu grupo teve um crescimento gradativo, típico dos padrões mexicanos. Em 1982, tudo mudou. Desafiando o espírito de manada, ele foi às compras em meio a uma das mais severas crises da moderna economia mexicana. Enquanto os investidores estrangeiros e locais tentavam se desfazer de seus ativos a qualquer preço, Slim comprou mineradoras, lojas de varejo, fábricas de cabos e muito mais. Formou, ao longo da crise e de seus efeitos, o maior conglomerado econômico do país – o Grupo Carso – que fatura por ano US$ 8,5 bilhões.
A segunda metamorfose ocorreu em 1990, quando, em companhia da France Telecom, da Southwestern Bell e de outros 35 investidores mexicanos, entrou no leilão das privatizações e arrematou o controle da Telmex, gigante estatal das telecomunicações. Foi assim, pela escada da telefonia, que ele chegou à cobertura do mundo internacional dos negócios. Suas duas companhias telefônicas, a Telmex e a América Móvil, valem, juntas, 16 vezes mais do que o Grupo Carso, que tem quatro décadas de existência. Em 1991, quando seu nome apareceu pela primeira vez na lista de bilionários da Forbes, Slim era conhecido apenas por umas poucas pessoas do mundo empresarial mexicano. Naqueles tempos, dirigia um Thunderbird 1989 e tinha uma fortuna estimada em US$ 2,1 bilhões. Agora, passados 17 anos, ele domina o setor de telecomunicações na América Latina, é um rosto conhecido no mundo inteiro e tornou-se, a contragosto, o homem mais rico do planeta.
As regras de ouro do bilionário
A fórmula de sucesso de Carlos Slim é resumida por ele mesmo em uma lista contendo dez princípios básicos de seu modelo de gestão. A lista foi apresentada pela primeira vez a empresários e sócios na badalada festa de 40 anos do Grupo Inbursa, em dezembro de 2005. Slim diz que sua filosofia empresarial é, em grande parte, fruto da influência de seu pai. O princípio número 10, porém, reflete, segundo ele, sua experiência corporativa: “O empresário é um criador de riqueza, que a administra temporariamente”.
1- Prefira estruturas simples, organizações com níveis hierárquicos mínimos, flexibilidade e rapidez na tomada de decisões. As vantagens da pequena empresa é que fazem grandes as maiores empresas.
2- Manter a austeridade em tempos de vacas gordas fortalece, capitaliza e acelera o desenvolvimento da empresa. Desse modo, evitam-se ajustes drásticos nas épocas de crise.
3- Permaneça sempre ativo na modernização, simplificação e melhoria incansável dos processos produtivos. Procure aumentar a produtividade e a competitividade, reduzir os gastos e os custos, guiando-se pelas mais altas referências mundiais.
4- A empresa nunca deve limitar-se aos parâmetros do proprietário ou do administrador. Sentimo-nos grandes em nossos curraizinhos.
5- Não há objetivo que não possamos alcançar trabalhando unidos, com clareza de objetivos e conhecendo as ferramentas disponíveis.
6- O dinheiro que sai da empresa evapora. Por isso, reinvestimos os ganhos.
7- A criatividade é aplicável não só aos negócios, mas também à solução de muitos dos problemas de nossos países.
8- O otimismo firme e paciente sempre rende frutos.
9- Todos os tempos são bons para os que sabem trabalhar e têm como fazê-lo.
10- Nossa premissa é que daqui nada se leva. O empresário é um criador de riqueza, que a administra temporariamente.
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