O empresário multimilionário self made man da internet de origem francesa
Xavier Niel concluiu só o ensino médio num subúrbio proletário de Paris. Hoje,
ele ataca frontalmente as classes estabelecidas do país e a elite empresarial.
Atualmente segundo a revista Forbes, Xavier Niel tem
uma fortuna de USD 6,6 bilhões. Considerado por muitos como um empresário visionário
polemico e oportunista, Xavier Niel ficou multimilionário disponibilizando a
internet para milhares de consumidores franceses com o seu provedor de serviços
e a sua empresa de telefonia celular de baixo custo.
Xavier Niel é um homem simples, que gosta de jeans e
camisas com colarinho aberto. Niel cresceu num lar de classe média na zona
sudeste de Paris. Seu pai era consultor de patentes farmacêuticas, e sua mãe
era contadora. Aos 13 anos, o pai lhe comprou seu primeiro computador, um
Sinclair ZX81.
Em 1993, aos 25 anos, Niel criou o primeiro provedor de
internet da França, o WorldNet, que vendeu por mais de US$ 50 milhões, logo
antes do estouro da bolha da web.
Em 2002, sua segunda empresa de serviços para a
internet, a Free, vendeu o primeiro pacote triplo mundial com telefone,
televisão e internet. O serviço Freebox custava a partir de € 29,99 (cerca de
US$ 39) por mês, um terço a menos que o preço comum.
A empresa é o segundo maior provedor de serviço da
internet francesa. Em janeiro de 2012, ele criou a Free Mobile, que se tornou a
quarta operadora francesa de celular. A Free vendia um cartão SIM sem exigência
de vínculo e com oferta ilimitada de ligações, mensagens de texto e acesso à
internet por € 19,99 (US$ 26) por mês, metade da tarifa do mercado.
Isso ocorreu depois que três grandes operadoras foram
incapazes de convencer a Comissão Europeia a bloquear a licença de telefonia celular
da Free. Acredita-se que, desde a criação da Free Mobile, essas operadoras já
tenham perdido milhões de euros em lucros, já que todas elas criaram novos
planos de baixo preço para concorrerem.
A Free Mobile arregimentou 5,2 milhões de clientes
durante seu primeiro ano de atividade, ocupando quase 8% do mercado francês de
telefonia celular.
A nova empreitada elevou em 49% o faturamento anual da
holding de Niel, a Iliad, chegando a € 3,2 bilhões (US$ 4,2 bilhões) no ano
passado.
Em partes da França, Niel continua polêmico. Na década
de 1990, sua empresa criou um serviço de tele sexo. Em 2004, ele foi detido
pela acusação de exploração qualificada do lenocínio, por ser sócio de uma rede
de casas de strip tease. Uma delas era fachada para prostituição.
As acusações de exploração do lenocínio foram
arquivadas, mas Niel foi condenado por ocultar o desvio de fundos corporativos.
Recebeu pena de dois anos com direito a sursis (suspensão condicional da pena),
mas não sem antes passar quatro semanas na prisão. "Já fiz muita coisa
estúpida na vida", disse Niel. "Essa foi a mais estúpida."
Há dez anos, este empreendedor bilionário investe
dezenas de milhões de euros em start-ups tecnológicas. A cada semana, investe
em mais duas.